Câmara adia decisão sobre exoneração de procurador que discutiu armado com assessor parlamentar
Chefe de gabinete do sargento Novandir também pode ser exonerado

Vereadores e o presidente da Câmara Municipal de Goiânia, Romário Policarpo (PRD) estiveram reunidos no final da manhã desta quinta-feira (8) em um encontro que terminou sem acordo sobre o futuro do procurador-geral da Casa, Kowalsky Ribeiro, que circulava armado nas dependências do Legislativo e de acordo com o vereador sargento Novandir (MDB) teria ameaçado seu chefe de gabinete na última segunda-feira (5). O encontro foi marcado pela divisão de opiniões entre os parlamentares sem que um consenso fosse encontrado.
“Chegamos a um consenso de que não deu pra resolver nesse primeiro momento. Vamos buscar mais imagens, mais informações para tomar a decisão. Nada está decidido ainda. Alguns vereadores entendem que os dois estão errados. Alguns acham que ninguém está errado. A reunião é para decidir o rumo da Câmara”, afirmou o vereador Sargento Novandir (MDB), após a conversa, a jornalistas presentes no local.
A expectativa inicial era de que tanto Kowalsky quanto o chefe de gabinete de Novandir, envolvido na discussão com o procurador, fossem exonerados, como tentativa de equilibrar as pressões internas. No entanto, a condução do presidente Policarpo evitou qualquer definição imediata e o caso seguirá em aberto por mais alguns dias.
Mais cedo, durante a sessão plenária, Novandir chamou atenção ao subir à tribuna usando colete à prova de balas e voltou a pedir a exoneração da procurador que supostamente andaria armado pelos corredores da Câmara.
O vereador apresentou uma lista com 24 registros de ocorrências policiais atribuídas ao procurador-geral, entre elas acusações de estupro, calúnia, difamação, lesão corporal, injúria, ameaça, dano ao patrimônio e até peculato. “É inissível que um servidor com esse histórico continue ocupando uma função de tamanha responsabilidade dentro da Câmara Municipal”, declarou.
O procurador não se manifestou diretamente sobre as acusações, mas em suas redes sociais, publicou uma mensagem enigmática com referências bíblicas: “Evidente, já reconheci a armadilha. Já senti a tentação e recuei. Isso não é fraqueza, é prova de consciência”, escreveu Kowalsky, sem citar nomes.