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SELEÇÃO

Goleiro pediu ingresso para ver a seleção no Japão e acabou treinando junto

Matheus Vidotto jogou no Brasil pelo Corinthians e pelo Figueirense, agora está no Tokyo Verdy, da segunda divisão do Japão

A seleção brasileira fez um tour pela Ásia no começo do mês e venceu Coreia do Sul (5 a 1) e Japão (1 a 0) em amistosos de preparação para a Copa do Mundo. Longe da badalação de Neymar e Vini Jr, um jogador que nem estava convocado viveu uma das histórias mais curiosas da excursão.

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Ex-goleiro do Corinthians e do Figueirense no país, Matheus Vidotto está na terceira temporada a serviço do Tokyo Verdy, da Segunda Divisão do futebol japonês. Amigo de jogadores da seleção e já comandado por Tite no ado, pediu ingressos para ver Japão x Brasil, no dia 6, e ganhou muito mais do que isso: ele treinou dois dias junto com Alisson e Weverton na seleção.

Matheus Vidotto foi chamado para treinar com a seleção porque Ederson, um dos convocados originais de Tite, sofreu uma lesão na coxa durante o período de treinos para o amistoso anterior. O goleiro do Manchester City não tinha condição nem sequer de treinar, o que faria o Brasil ter problemas na preparação para enfrentar o Japão. Daí veio a ideia de completar os trabalhos com o único goleiro brasileiro do futebol japonês, ainda mais sendo conhecido de Tite. Foram dois dias de atividades, liberado pelo clube.

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“Eu fiquei sabendo que a seleção viria para o Japão e pedi ingresso. Um tempo depois meu gerente de banco me mandou uma mensagem dizendo que o cara da embaixada queria falar comigo. Na hora eu pensei: ‘pô, não dá para ser notícia boa’ (risos).

Até falei para o meu tradutor, ele disse que era estranho, mas depois me mandou mensagem perguntando se eu tinha visto que o Ederson se machucou. Aí começou a surgir uma dúvida na minha cabeça: ‘será?’. Os caras vão estar aqui, é muito longe para chamar outro… Aí eu já me liguei. Perguntaram se eu tinha disponibilidade, que pediriam para o clube. Eu falei: ‘não tem essa de pedir, não. Você vai comunicar, eu vou nem que tenha que brigar com o pessoal’. Foi assim, totalmente inesperado. Por uma circunstância que não é legal, pelo Ederson ter se machucado, mas aconteceu e para mim profissionalmente foi ótimo.”

ELOGIOS DE TAFFAREL

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Matheus Vidotto treinou dois dias ao lado de Alisson, que jogou contra o Japão, e Weverton. Ele não foi relacionado para o amistoso e depois retomou a rotina de treinamentos no Verdy Tokyo. O que o jogador de 29 anos não esperava é que Taffarel, preparador de goleiros da seleção, fosse deixar um comentário público em seu perfil no Instagram.

Segundo o ex-goleiro do Corinthians, a mensagem é combustível num momento difícil da carreira. “Quando você convive com caras desse nível, da elite do futebol mundial, você aprende e tenta se manter no nível deles para participar do trabalho sem estar abaixo. Eu não me senti no nível Alisson e Weverton, os caras que estão voando, mas vi que eu posso traçar esse objetivo.

Já estive nesse nível na minha carreira e quero voltar. Ele não precisava deixar aquela mensagem, mas deixou e isso é legal demais”, diz.

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A temporada 2022 é um terror para o goleiro brasileiro, que foi titular nos dois anos anteriores e desta vez ainda nem jogou. Ele teve uma lesão muscular e uma tendinite no joelho que atrapalharam a sequência. A chance de treinar com a seleção rolou dias antes do primeiro jogo para o qual ele foi relacionado no ano. A motivação voltou.

Quando acontecem as lesões você começa a se duvidar um pouco, se ainda vale a pena continuar. Acontece um negócio desse [treinos na seleção] e parece que eu estou com 15 anos de idade de novo, louco para treinar, jogar, parar de me machucar e conseguir retornar. Estou 200%. Veio na hora certa, foi incrível.”

JÁ FOI DA SELEÇÃO

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Formado nas categorias de base do Corinthians, Matheus Vidotto já foi considerado grande promessa da posição no futebol nacional, foi campeão da Copa São Paulo de Juniores e chegou a ser convocado para o Sul-Americano sub-20 de 2013.

No mesmo ano, para a própria surpresa, apareceu na lista de Felipão para um amistoso da seleção principal contra a Bolívia. Na ocasião, só quem atuava no Brasil foi chamado, e a renda foi revertida para a família de Kevin Espada, morto durante o confronto de San Jose x Corinthians, pela Copa Libertadores, meses antes.

“Ninguém entende por que eu fui convocado, mas fazia sentido na época. Eles convocaram quatro jogadores do sub-20 que eles achavam que fariam parte do ciclo olímpico para 2016. Fomos eu, o Leandro, que joga aqui no FC Tokyo, o Doria, zagueiro que está no México, e o Douglas Santos. Fazia sentido. A experiência foi inacreditável, porque foi completamente inesperada. Mas me lembro como se fosse ontem de conhecer o pessoal, viver a atmosfera do jogo. Pena que foi tão curto, uma noite só. Mas foi incrível.”

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A convocação não mudou o status de Matheus Vidotto dentro do Corinthians. Ele só fez quatro jogos como profissional até o fim do contrato, em 2019. Depois jogou no Figueirense, antes de fechar com o clube japonês. O contrato com o Tokyo Verdy é até dezembro e os novos planos já estão traçados.

“Eu gosto do Japão, minha vida é muito boa aqui, mas sempre tive muita vontade de jogar na Europa. Tenho aporte italiano, quase aconteceu em 2018 [negociação frustrada com o Bari, da Itália]. O sonho estava um pouco de lado, mas com esses treinos na seleção algumas portas provavelmente vão se abrir e eu estou aberto. Estou de volta (risos).”

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