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DATAFOLHA

Maioria é contra militar da ativa na política e ocupando cargo no governo

Para 62%, participação em atos é negativa; criticam a presença na gestão 58% dos ouvidos

A maioria da população é contrária à participação de militares da ativa em manifestações políticas e em cargos no governo federal. O tema é foco de inúmeras crises da gestão Jair Bolsonaro.

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Segundo o Datafolha, 62% dos brasileiros adultos acham que os fardados não devem ir a esse tipo de ato, como fez o general da ativa Eduardo Pazuello no dia 23 de maio no Rio de Janeiro, quando subiu em palanque com o presidente.

Para 39%, a atitude é aceitável, e 4% não souberam opinar. Segundo o Estatuto dos Militares, lei de 1980, e o regulamento disciplinar do Exército, de 2002, é vedado a fardados do serviço ativo qualquer tipo de manifestação política ou reivindicatória.

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Pazuello, contudo, não foi punido. Ex-ministro da Saúde cuja gestão está sendo esmiuçada pela I da Covid, o general agora tem um cargo no Palácio do Planalto.

Bolsonaro sempre o prestigiou, e defendeu publicamente que ele não teria cometido irregularidade porque estava apenas apoiando a pessoa física do presidente.

Nos bastidores, o presidente deixou claro para o Comando do Exército que queria preservar Pazuello de punições, que iriam de uma advertência verbal a até 30 dias de prisão istrativa. O episódio até agora repercute mal internamente na Força.

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De forma previsível, as pessoas que declaram voto em Bolsonaro para a reeleição em 2022 são as que mais apoiam a ilegalidade: nos dois cenários de pleito simulados pelo Datafolha, os índices de aprovação à ideia são de 56% e 57%,

Na mão contrária, os que querem a volta de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Planalto são mais contrários: 71% e 72% acham que a lei deve ser cumprida. Nos dois cenários, o presidente tem 25% das intenções de voto e o petista, 46%.

No público em geral, os jovens (46%) e aqueles que ganham de 5 a 10 salários mínimos (41%) são mais entusiastas dos fardados em atos políticos.

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O episódio Pazuello é um dos diversos pontos de atrito causados pelo renovado protagonismo dos militares desde que Bolsonaro, capitão reformado do Exército, surpreendeu o mundo político e venceu o segundo turno de 2018.

Como é explicitado no livro-depoimento do então comandante da Força, Eduardo Villas-Bôas, o estamento militar abraçou aos poucos a candidatura de Bolsonaro, um militar indisciplinado que “foi saído” da Força, ou seja, sem expulsão formal, após responder um controverso processo interno.

​Animados pelo antipetismo esposado pelo então deputado, generais da reserva se agruparam em torno do candidato e ajudaram a montar a equipe de seu governo. Após a vitória, Bolsonaro falou de forma enigmática que devia sua eleição a Villas-Bôas.

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Adentraram na Esplanada inclusive oficiais da ativa, o que é alvo de severas críticas por observadores e que pode ser alterado se avançar uma proposta de emenda constitucional sobre o tema na Câmara.

Crises começaram a acontecer, inicialmente choques entre os militares e a ala dita ideológica do governo. No início de 2020, o isolamento político de Bolsonaro trouxe os fardados em peso para o núcleo do governo, e hoje há 7 de 23 ministros oriundos das Forças.

Durante a ciclotímica crise entre Bolsonaro e outros Poderes, volta e meia os militares se viam envolvidos —o presidente costuma se gabar do apoio no meio para asseverar autoridade política.

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A situação entrou em curto neste ano, quando o mandatário se incomodou com o que considerava falta de apoio de comandantes, particularmente o do Exército, a suas ideias contrárias ao isolamento social e outras medidas para conter a pandemia.

Acabou demitindo o ministro da Defesa, general da reserva Fernando Azevedo, e os três chefes das Forças. O caso Pazuello veio logo a seguir.

Na semana ada, um novo capítulo foi escrito com a nota da cúpula militar criticando duramente o senador Omar Aziz (PSD-AM) por ter falado em “lado podre” das Forças Armadas ao comentar a prevalência de oficiais nas denúncias de corrupção na Saúde, pasta que foi gerida por Pazuello.

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Outro foco de tensão são as especulações, alimentadas por Bolsonaro sempre que fala em “meu Exército” ao provocar Poderes, é a de que os militares poderiam apoiar algum movimento golpista do presidente.

Isso é descartado por oficiais-generais, embora haja o temor de contaminação em outro setor próximo, o das polícias militares. E a resistência que os fardados têm a Lula é sempre uma incógnita.

A população não aparenta indiferença a tudo isso. Segundo o Datafolha, 58% dos entrevistados dizem que militares não deveriam trabalhar em funções da istração pública. O número era de 54% em maio e de 52%, em maio de 2020.

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A reprovação à prática é bastante homogênea na amostra do levantamento.

Já aqueles que aprovam a ideia aram de 43% em 2020 para 41% no ano ado, chegando agora a 38% dos ouvidos. Não souberam opinar 4% (5% nas duas rodadas anteriores da pergunta).

Novamente, a preferência política abre um fosso nas opiniões. Criticam a prática 76% e 75% dos eleitores de Lula, a depender da simulação de cédula eleitoral. Já 78% e 77% dos que votam em Bolsonaro a apoiam.​

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