Com apoio do Planalto, esquerda busca diálogo com direita liberal nome de consenso ao Senado em Goiás
Nomes como Henrique Meirelles e Marconi Perillo estão na mesa de um grupo que quer frear o avanço do bolsonarismo

Uma articulação silenciosa começa a tomar forma em Goiás com apoio direto do Palácio do Planalto. O movimento, capitaneado pela frente suprapartidária Direitos Já!, quer reunir partidos do campo democrático, da esquerda à direita liberal, em torno de uma candidatura única ao Senado em 2026. A missão é conter o avanço do bolsonarismo no Congresso, especialmente na Casa Alta, apontado como pilar da estratégia da extrema-direita para enquadrar o STF e tensionar o equilíbrio institucional do país.
A mobilização é nacional e tem como coordenador Fernando Guimarães, ex-vice-presidente do PSB e membro do Conselhão da República. Ele atua com aval de Geraldo Alckmin, vice-presidente da República, além de incentivo do próprio presidente Lula e de outras forças ligadas ao PT.
Em cada estado, o objetivo é identificar nomes com potencial de unir diferentes forças políticas que integram o Direitos Já!, composto hoje por cerca de 15 siglas. Neste final de semana, Guimarães se encontrou com o presidente do MDB nacional, Baleia Rossi.
Em Goiás, o processo está em fase de escuta. Nomes como o ex-governador Marconi Perillo, o ex-ministro da Fazenda e ex-presidente do Banco Central do Brasil, Henrique Meirelles e o vereador por Goiânia, Edward Madureira e o ex-deputado federal Elias Vaz estão no radar das conversas. A avaliação interna é que é preciso identificar um perfil que una densidade eleitoral e capilaridade entre as legendas.
Uma reunião está sendo articulada para ocorrer em Goiânia, com possíveis pré-candidatos, lideranças políticas, sociais e do setor produtivo. O cientista político Antônio Lavareda, também ligado ao Direitos Já!, deve apresentar dados do Ipespe sobre o avanço conservador no Senado e os riscos democráticos de uma eventual maioria bolsonarista.
A costura não é tão simples, mas a meta é clara: construir uma candidatura única ao Senado que simbolize o pacto democrático no estado. “Tarefa complicada a minha”, resume um dos articuladores da frente em Goiás, à coluna em que reconhece as dificuldades em conciliar interesses partidários locais. Contudo existe a aposta no temor comum de retrocessos institucionais para sensibilizar os envolvidos e chegar a um consenso.