Franqueados denunciam Cacau Show por supostas seitas e punições 

A Cacau Show, maior rede de franquias de chocolates do Brasil, com mais de 4 mil unidades, está sendo alvo de denúncias feitas por franqueados e ex-funcionários. Os relatos apontam para práticas de controle centralizado, retaliações comerciais e restrições operacionais a unidades que demonstram insatisfação com a gestão da marca. A empresa negou as denúncias.

Segundo o portal Metrópoles, franqueados relataram que, ao questionarem diretrizes comerciais, foram submetidos a punições, como o envio de produtos com validade curta ou de baixa saída, além da suspensão de crédito para compras, obrigando o pagamento à vista. Algumas dessas medidas teriam comprometido a viabilidade financeira das lojas, resultando em fechamentos.

Parte das denúncias foi reunida em um perfil anônimo nas redes sociais chamado “Doce Amargura”, istrado por uma franqueada ainda vinculada à rede. A a do perfil entrou com ação judicial pedindo a rescisão do contrato e relatou ter recebido visita do vice-presidente da empresa, Túlio Freitas, em sua unidade no interior de São Paulo. Segundo ela, Freitas perguntou “o que era preciso” para que as publicações do perfil fossem encerradas.

Na Justiça, a empresa responde a processos envolvendo franqueados. Um dos casos em tramitação na 25ª Vara Cível de Brasília contesta a suspensão de crédito a franqueados em disputa contratual. O juiz Julio Roberto dos Reis declarou inconstitucional a prática, alegando que ela limita o direito de exercício da atividade econômica.

Além disso, relatos citam reuniões internas na sede da empresa, realizadas em salas escuras com uso de velas, e apontam falhas no ambiente de trabalho no parque temático da marca, localizado em Itu (SP). Segundo os denunciantes, há dificuldades de diálogo com a gestão e relatos de condutas consideradas autoritárias.

O fundador e atual CEO da Cacau Show, Alexandre Tadeu da Costa, conhecido como Alê Costa, é citado nos relatos como a principal figura nas reuniões e eventos da empresa, onde promove discursos motivacionais e conduz atividades voltadas ao que a liderança define como “espírito de dono”.

Por meio de nota, a Cacau Show disse que “não reconhece as alegações apresentadas pelo perfil Doce Amargura em redes sociais. Somos uma marca construída com base na confiança mútua, no respeito e na conexão genuína com nossos franqueados”.