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TRISTEZA

Protocolo de morte encefálica de siamesa separada em Goiânia pode durar mais de 24 horas

"Trata-se de um momento técnico e sensível, que exige o cumprimento de diversos requisitos clínicos e exames complementares específicos para que o diagnóstico seja confirmado com segurança"

Hospital confirma morte encefálica de Kiraz, gêmea siamesa separada em Goiânia
Hospital confirma morte encefálica de Kiraz, gêmea siamesa separada em Goiânia (Foto: Reprodução)

O Hospital Estadual da Criança e do Adolescente (Hecad) ainda não concluiu o protocolo de morte encefálica de Kiraz, uma das gêmeas siamesas separadas em Goiânia, e informou que o processo pode durar mais de 24 horas. A irmã dela, Aruna, segue internada sob cuidados intensivos. As meninas, de 1 ano e meio, aram por cirurgia complexa de separação no início deste mês.

“Por se tratar de um procedimento minucioso, é comum que o fechamento do protocolo leve 24 horas ou mais, conforme a necessidade de repetição dos exames e da janela de tempo entre uma avaliação e outra, além de sempre priorizar o rigor técnico, o respeito à paciente e o acolhimento à família”, informou o hospital. Ainda segundo o Hecad, o procedimento respeita rigorosamente os critérios estabelecidos pela legislação brasileira e pelo Conselho Federal de Medicina (CFM).

“Trata-se de um momento técnico e sensível, que exige o cumprimento de diversos requisitos clínicos e exames complementares específicos para que o diagnóstico seja confirmado com segurança. No caso da paciente Kiraz, alguns dos critérios indicaram a abertura do protocolo. No entanto, a equipe médica ainda aguarda o cumprimento de todos os requisitos obrigatórios para a finalização do diagnóstico.”

Inicialmente, o protocolo de óbito deveria ter sido concluído às 13h, mas a equipe médica decidiu refazer um exame. Contudo, ainda na manhã desta segunda-feira, o perfil das gêmeas no Instagram divulgou uma foto de Kiraz lamentando a perda da menina. “Descansa em paz, filha”, escreveu.

Kiraz e Aruna nasceram há um ano e seis meses no interior de São Paulo. Elas chegaram em Goiânia em 7 de maio e foram isoladas no hospital no mesmo dia para se prepararem para a cirurgia, que começou no sábado (11). O procedimento, que durou quase 20 horas, terminou às 4h20, sendo levadas para a UTI do Hecad. Elas, contudo, foram definitivamente separadas por volta de 1h24 da manhã. Depois disso, teve início a sétima etapa, que foi a reconstrução dos corpos das pacientes nas regiões em que ficaram expostas. 

“Foi uma cirurgia muito complexa, muito difícil, mas muito difícil mesmo. O fígado estava muito espesso e havia várias alterações anatômicas. Mas nós conseguimos”, disse o médico Zacharias Calil, que liderou a equipe, na data. Participaram do procedimento mais de 60 profissionais, entre eles pelo menos 16 cirurgiões de especialidades diversas – como cirurgiões plásticos, ortopédicos, vasculares, especialistas em urologia e aparelho digestivo, além de quatro anestesiologistas.

Unidas pelo tórax, abdômen e bacia

As gêmeas Kiraz e Aruna, naturais de Igaraçu do Tietê (SP), nasceram unidas pelo tórax, abdômen e bacia. Elas compartilhavam o fígado e possuíam três pernas. A cirurgia de separação, realizada no dia 10 de maio, durou 19 horas e envolveu mais de 40 profissionais de saúde. Após o procedimento, as duas foram levadas à UTI e entubadas devido às complicações, como febre alta. 

A família acompanhava cada etapa do tratamento e pedia orações pela recuperação das meninas. Ainda não há atualização oficial sobre o estado de saúde da gêmea Aruna, que segue internada sob cuidados intensivos.

Atualização sobre o protocolo de morte de Kiraz:

“O Hospital Estadual da Criança e do Adolescente (Hecad) informa que o protocolo de morte encefálica da paciente Kiraz segue em andamento, respeitando rigorosamente os critérios estabelecidos pela legislação brasileira e pelo Conselho Federal de Medicina (CFM).

Trata-se de um momento técnico e sensível, que exige o cumprimento de diversos requisitos clínicos e exames complementares específicos para que o diagnóstico seja confirmado com segurança. No caso da paciente Kiraz, alguns dos critérios indicaram a abertura do protocolo. No entanto, a equipe médica ainda aguarda o cumprimento de todos requisitos obrigatórios para a finalização do diagnóstico.

Por se tratar de um procedimento minucioso, é comum que o fechamento do protocolo leve 24 horas ou mais, conforme a necessidade de repetição dos exames e da janela de tempo entre uma avaliação e outra, além de sempre priorizar o rigor técnico, o respeito à paciente e o acolhimento à família.

O Hecad reforça seu compromisso com a transparência e com os princípios éticos que norteiam a assistência prestada em sua unidade, mantendo o cuidado contínuo e humanizado à paciente e seus familiares.”