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CIRURGIA

Separação de gêmeas siamesas: Zacharias Calil escalou filho para equipe

Separação de gêmeas siamesas foi concluída por volta das 4h da manhã deste domingo, no Hospital da Criança e do Adolescente (Hecad)

Separação de gêmeas siamesas: filho de Zacharias Calil na equipe
Separação de gêmeas siamesas: filho de Zacharias Calil na equipe (Foto: Reprodução)

Cerca de 60 profissionais trabalharam na cirurgia de separação das gêmeas siamesas Kiraz de Aruna no Hospital da Criança e do Adolescente (Hecad) em Goiânia, na noite deste sábado (10) e madrugada de domingo (11). Uma das pessoas envolvidas na equipe comandada pelo cirurgião pediátrico Zacharias Calil foi o filho dele, o cirurgião plástico Rogério Hamu.

“Tive a ajuda do meu filho, cirurgião plástico, que tem experiência no fechamento abdominal, na colocação dos expansores, então isso faz muita diferência na vida das crianças quando falta pele”, disse Zacharias Calil em vídeo no qual apresentou o filho.

O procedimento no qual Rogério atuou começou por volta de 1h30 da manhã. Depois de separado o fígado, a equipe de cirurgia plástica utilizou a pele obtida por meio de expansores de silicone previamente colocados e graças a terceira perna das gêmeas, que foi sacrificada.

Gêmeas siamesas: separação era desafiadora

Kiraz e Aruna têm um ano e seis meses de idade. Nasceram no interior de São Paulo e estavam isoladas no hospital desde a última quarta-feira (7). Além dos cirurgiões plásticos, participaram da cirurgia especialistas em ortopedia, sistema vascular, urologia, aparelho digestivo, além de quatro anestesiologistas.

Kiraz e Aruna seram classificadas, segundo o médico, como siamesas esquiópagas triplas, por terem três pernas e múltiplos órgãos compartilhados – como fígado, intestino, genitália, ânus, tórax e abdômen. Cada uma ficou com uma bacia e uma perna. A terceira perna foi sacrificada, para que pele e ossos fossem usados na reconstrução delas.

Na véspera, Zacharias Calil afirmou que a cirurgia seria realizada com tecnologia de última geração. Citou como exemplo um bisturi de argônio, que é um gás, que corta e coagula com alta precisão. E um equipamento que aspira sangue durante a cirurgia, filtra e o reintroduz no paciente. “Uma tecnologia de altíssima qualidade. Diminui muito a perda de sangue”, explica o médico.

Calil também fez questão de ressaltar que todo o procedimento foi feito pelo Sistema Único de Saúde (SUS). “Quando eu disse lá nos Estados Unidos que os pacientes não têm custo, eles assustaram. Hoje seria algo em torno de R$ 2,5 milhões. Fora o tratamento na UTI. Tudo isso é complexo demais. Lá nos EUA teria que haver uma arrecadação de dinheiro”.

Perguntas e respostas

Quando e onde foram internadas as gêmeas siamesas de São Paulo, Kiraz e Aruna?

Quarta-feira (7), no Hospital Estadual da Criança e do Adolescente (Hecad), em Goiânia.

Que dia ocorreu a cirurgia?

A cirurgia de separação aconteceu no dia 10 de maio de 2025.

Qual a idade das crianças?

As meninas têm 1 ano e 6 meses. São naturais do interior de São Paulo.

Quem fez o procedimento?

O cirurgião pediátrico do Hecad, Zacharias Calil, referência nacional em separação de siameses há mais de 25 anos.

Como é o caso das gêmeas Kiraz e Aruna?

Elas são classificadas como esquiópagas triplas (unidas pelo osso ísquio, com três pernas e múltiplos órgãos compartilhados). Elas compartilham estruturas como fígado, intestino, genitália, ânus, tórax e abdômen.

Quantos profissionais participaram da cirurgia de separação das gêmeas siamesas

Mais de 60, entre eles pelo menos 16 cirurgiões e quatro anestesistas.

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