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INVESTIGAÇÕES

Denúncias apontam fraudes em programa de leitura para remição de pena em Goiás

Foram instaurados procedimentos istrativos contra 40 reeducandos por suspeita de possível fraude nos pedidos de remição

P de Aparecida (GO)
P de Aparecida (GO) (Foto: Reprodução)

Denúncias de fraude levaram o Ministério Público de Goiás (MPGO) a recomendar a suspensão do Programa de Remição de Pena pela Leitura por 90 dias. A medida, endereçada à Diretoria-Geral de istração Penitenciária (DGAP), inclui ainda solicitação para que o órgão providencie a estrutura adequada à realização da iniciativa nos presídios. Ao todo, 40 detentos suspeitos de fraudar o benefício são investigados.

De acordo com o MP, a investigação apura adulteração de grafias em pedidos de remição submetidos à 1ª Vara de Execução Penal de Goiânia. De acordo com o promotor de Justiça Lauro Machado Nogueira, o MP instaurou procedimentos istrativos contra mencionados reeducandos. O intuito é evitar a ocorrência de novos plágios, bem como interceder pela responsabilização penal dos envolvidos.

O promotor aponta que o MP expediu ofício ao superintendente da Polícia Técnico-Científica, Ricardo Matos da Silva, a fim de que seja realizado, dentro de dez dias, exame de perícia grafotécnica nos documentos. Assim, pode-se determinar se cada resenha escrita pertence realmente à mesma pessoa que a assinou ou se foi produzida por outra pessoa, considerando as letras em cada documento.

Leitura para remissão de pena

Conforme aponta portaria do Ministério Público e Tribunal de Justiça, cada leitura homologada pela autoridade judiciária provoca remição de quatro dias de pena. Ao final de 12 meses, é possível remir até 48 dias, de acordo com a capacidade gerencial de cada unidade prisional. O preso poderá se valer da remição pela leitura uma vez a cada 30 dias.

Para isso, o detento deverá realizar a leitura de obra literária selecionada dentre as indicadas, declarar que procedeu à leitura da obra literária escolhida, elaborar relatório de leitura ou resenha, de forma manuscrita e presencial. Além disso, deve se submeter à avaliação oral presencial.

POG não tem estrutura

Lauro Machado esclarece ainda que, em sindicância instaurada pela Diretoria-Geral de istração Penitenciária, foi comunicado pela Comissão de Remição de Pena pela Leitura que a Penitenciaria Coronel Odenir Guimarães não possui espaço físico suficiente para a realização dos trabalhos.

Além disso, a DGAP informou que os textos são corrigidos um a um e, embora tenham sido detectadas resenhas plagiadas, no universo de 1,3 mil exemplares seria impossível a apreensão de todos.