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JUSTIÇA

Hospital fechado pela polícia tinha ordem de despejo da Justiça

Mandado foi emitido no dia 28 de março, com base em acórdão que negou recurso do hospital

Hospital fechado pela polícia tinha ordem de despejo da Justiça
Hospital fechado pela polícia tinha ordem de despejo da Justiça (Foto: PCGO)

O Hospital Renaissance, no setor Marista, em Goiânia, fechado nesta quinta-feira (15), após descumprir interdição, já tinha ordem de despejo da Justiça – no caso, do lote no fundo do local, onde fica o estacionamento e está um depósito de lixo. Durante a ação policial nesta data, também ocorreu a prisão do da unidade por “grave descumprimento de normas sanitárias”. Ele não teve a identidade divulgada.

Sobre o mandado de despejo, ele foi emitido no dia 28 de março, com base em acórdão que negou recurso do hospital. A decisão colegiada do Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO) corroborou o entendimento do juízo de primeiro grau. Ainda em outubro ado, a juíza Marina Cardoso Buchdid concedeu a tutela antecipada para a desocupação.

Sobre o caso, uma empresa adquiriu os lotes em 2022, com o hospital ainda ocupando o imóvel, apesar de o contrato de locação já ter expirado. No ano seguinte, o hospital foi notificado para desocupar o local, mas o mesmo se recusou, assim como a firmar contrato de locação, alegando “processo de recuperação judicial”. “Além do mais, o requerido não realiza o pagamento de qualquer valor a título de aluguel acerca do imóvel, e muito menos de encargos tributários e seguro obrigatório”, consta nos autos. Desta forma, foi ajuizada ação pelo despejo da unidade de saúde dos lotes.

Advogado de um dos credores do hospital, Ramon Santos afirma que o restante do hospital também tem ordem de despejo desde o fim de 2019, mas está em suspenso devido à recuperação judicial, que ele contesta. O Mais Goiás não conseguiu contato com a defesa do hospital. Caso haja interesse, o espaço segue aberto.

Interdição

A Polícia Civil interditou o hospital nesta quinta-feira, após constatar que o estabelecimento de saúde ainda funcionava, apesar de ter sido parcialmente interditado em 30 de abril e completamente em 6 de maio pela Vigilância Sanitária do município.

Segundo o delegado Humberto Teófilo, o hospital, mesmo com a primeira interdição, recebia pacientes, tanto na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) quanto no ambulatório, o que levou ao fechamento total da unidade de saúde no último dia 6. Contudo, novas apurações da Vigilância Sanitária, na quarta-feira (14), confirmaram o atendimento regular no local, desrespeitando as ordens das autoridades – inclusive na UTI, que funcionava de forma irregular, sem a equipe médica completa.

Com isso, a Polícia Civil foi acionada nesta quinta-feira e prendeu o do hospital por infringir determinação do poder público, fechando a unidade. As investigações constataram, ainda, que os funcionários estão com salários atrasados e sem receber o FGTS. Tanto eles quanto os pacientes não sabiam da interdição do hospital, segundo a corporação, o que os expunha a riscos sanitários e à precarização do trabalho.

“Eles não respeitam [a interdição]. Continuaram recebendo pacientes, não informaram a eles, nem aos planos de saúde e, ontem e hoje, prendemos o do hospital”, afirmou o delegado Humberto Teófilo. “Nem o abrigo de resíduos tem local adequado.”