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sob investigação

Presos com R$ 1,2 mi no DF têm relação com políticos do AM e alegam negócios em Goiás

PF investiga possível esquema de lavagem de dinheiro e desvio de verbas públicas

Imagem da apreensão da mala no aeroporto de Brasília
Os suspeitos atuam com prefeituras no AM e citaram Goiás como destino para negócios (Divulgação PF)

Os empresários César Albuquerque, Erick Saraiva e Vagner Moitinho, que foram presos na terça-feira (20) no Aeroporto Internacional de Brasília com R$ 1,25 milhão em espécie, estão sendo investigados em um esquema de lavagem de dinheiro que envolve prefeituras no Amazonas e possível corrupção. De acordo com a Polícia Federal, ao serem questionados sobre o destino do montante, eles teriam dito que viajavam a Goiás para comprar veículos e quitar dívidas da empresa, mas não conseguiram comprovar a afirmação, o que aumentou as suspeitas do destino do dinheiro e possíveis conexões no estado.

Agora, a investigação se aprofunda nos vínculos dos três empresários com contratos públicos e figuras políticas do Amazonas. Um deles, Vagner Moitinho, que é pai do vereador Lucas Souza Moitinho, eleito em 2024 em Presidente Figueiredo pelo União Brasil.

As empresas de César e Erick receberam juntas mais de R$ 3 milhões em contratos recentes. Em abril, por exemplo, as duas foram contratadas pela prefeitura de Coari para fornecer botas, bonés e outros itens para a Secretaria de Saúde. A CJ Comércios ficou com parte de um contrato de R$ 3,3 milhões. Em 2021, outro contrato — de R$ 130 mil — foi firmado para manutenção de botes.

ItemDescriçãoUnid.QtdeFornecedorValor Unitário
1BOLSA, Material: lona impermeabilizada 320g; Dimensões Aprox.: 31x38x20cm (AxCxL); Costuras com reforço; Cantos com arremate; Alça em cadarço nylon costurado nas extremidades e regulável; Fechamento em zíper; Bolsos frontais com zíper; Dois tubos de ensaio; Dois tubos com tampa rosqueada; Frascos de plástico de 250 ml; Bolso lateral em lona para garrafa de água.Unidade500CJR$ 150,00
14BOTA DE COURO adulto Sob Medida, Tipo Fecho: C/ Cadarço revestimento: Acolchoado, sola De Borracha Antiderrapante, C/ Palmilha Tamanho: 40/41Par105THALITA ROSSIR$ 400,00
15BOTA DE COURO adulto Sob Medida, Tipo Fecho: C/ Cadarço revestimento: Acolchoado, sola De Borracha Antiderrapante, C/ Palmilha Tamanho: 42/43Par85THALITA ROSSIR$ 400,00
16BOTA DE COURO adulto Sob Medida, Tipo Fecho: C/ Cadarço revestimento: Acolchoado, sola De Borracha Antiderrapante, C/ Palmilha Tamanho: 44/45Par40THALITA ROSSIR$ 400,00
17BOTA, Material: PVC, Forro interno: poliéster, Solado: antiderrapante, Cor: branco, Cano: longo. Diversos tamanhos.Unid.200VONDERR$ 100,00
18CHAPÉU, Tipo: Pescador Australiano, Material: brim leve, 100% algodão, Cor: a definir, com forro interno; com botões de pressão em plástico nas laterais que possibilita dobrar as abas…Unid.5CJR$ 91,10
19CAPA DE CHUVA modelo 7/8 em tecido 100% poliamida. Com faixas reflexivas prateadas de 50 mm. Com Capuz regulado por cordão, fechamento frontal com zíper protegido por aba dupla…Unid.300NEVONR$ 463,90
20GUARDA-SOL, Descrição: Material: Poliéster Oxford e aço esmaltado. 1,8m de diâmetro. Cor e demais características a serem definidas pelo órgão.Unid.800SUNGAPR$ 93,40
21TÊNIS UNISSEX, Cabedal e solado. Lateral confeccionado em laminado sintético com espessura entre 1,3mm e 1,5mm, dublado em manta em fios poliéster agulhado 140g/m²… Tamanho: 34/35Par150ZEUSR$ 322,60
22TÊNIS UNISSEX, Cabedal e solado. Lateral confeccionado em laminado sintético com espessura entre 1,3mm e 1,5mm, dublado em manta em fios poliéster agulhado 140g/m²… Tamanho: 36/37Par150ZEUSR$ 322,60
Lista de produtos que teriam sido vendidas a pasta de saúde do município

Empresários investigados receberam Auxílio Emergencial

Os três também aparecem como beneficiários do Auxílio Emergencial durante a pandemia. Dados obtidos pela Polícia Federal mostram que os empresários, apesar de apresentarem renda incompatível com os critérios do programa receberam juntos quase R$ 10 mil.

César Albuquerque, por exemplo, declarou faturamento médio de R$ 20 mil, mas recebeu R$ 4,9 mil em benefícios entre maio de 2020 e outubro de 2021. Erick Saraiva sacou R$ 5,2 mil no mesmo período — parte do valor foi devolvida. Já Vagner Moitinho também consta como beneficiário, embora o total recebido não tenha sido divulgado.

Na prisão realizada essa semana, a suspeita da PF é de que o grupo tenha viajado a Brasília para fazer pagamentos em espécie relacionados a contratos públicos. Nenhum deles tinha antecedentes criminais, mas, agora, são investigados por lavagem de dinheiro, fraude em licitação e associação criminosa.

A defesa dos empresários ainda não se pronunciou. O espaço permanece aberto para manifestações.