Putin propõe negociação de paz com a Ucrânia após três anos de conflito
Presidente da Rússia, Vladimir Putin, propõe que negociação direta de paz com Ucrânia aconteça na Turquia, no dia 15 de maio

Poucas horas depois de as potências europeias exigirem que a Rússia concorde com um cessar-fogo incondicional de 30 dias, sob pena de enfrentar novas sanções, o presidente russo Vladimir Putin propôs uma negociação direta de paz com a Ucrânia no dia 15 de maio, na Turquia.
A proposta foi feita nas primeiras horas deste domingo (11), em declaração dada no Kremlin. “Estamos propondo que Kiev retome as negociações diretas sem qualquer pré-condição. Oferecemos às autoridades de Kiev que retomem as negociações já na quinta-feira, em Istambul”.
Putin defende que os dois países foquem em eliminar as causas profundas da guerra e restaurar uma “paz duradoura e estável” — não apenas uma pausa para rearmamento. Cabe ressaltar que, até o momento, o presidente da Rússia ofereceu poucas concessões para colaborar com o fim do conflito.
Putin detalhou que vai conversar com o presidente da Turquia para viabilizar o encontro. “Nossa proposta, como se diz, está sobre a mesa. A decisão agora cabe às autoridades ucranianas e seus curadores, que parecem estar guiados por ambições políticas pessoais, e não pelos interesses de seus povos”.
O presidente da Rússia também comentou as cobranças que recebeu das potências europeias – chamando-as de “últimato”. Ele rebateu dizendo que a Rússia já havia proposto diversos cessar-fogos, incluindo uma moratória sobre ataques a instalações energéticas, uma trégua durante a Páscoa e, mais recentemente, uma pausa de 72 horas para as celebrações dos 80 anos da vitória na Segunda Guerra Mundial.
Guerra entre Rússia e Ucrânia
A guerra entre Rússia e Ucrânia começou no dia 24 de fevereiro de 2022, data em que o exército russo bombardeou Kiev e uma série de outras cidades ucranianas. No entanto, as ameaças começaram a surgir quase um ano antes, com a presença militar russa cada vez mais ostentiva na fronteira entre os dois países.
A Rússia também promovia uma série de treinamentos militares em Belarus, governado por uma ditadura que colocou a nação como um dos únicos apoiadores explícitos na invasão.
Ainda em 2021, Putin apresentou à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) uma série de exigências para que não invadisse o vizinho, entre elas a de que a Ucrânia jamais aderisse ao bloco militar. O argumento da Rússia é o de que o fortalecimento da Ucrânia ameaça o território russo.
Dias antes de iniciar a invasão, Vladimir Putin reconheceu a independência de duas áreas separatistas pró-Rússia da Ucrânia, autodenominadas República Popular de Donetsk e República Popular de Luhansk, e denunciou que estaria havendo ataques “neonazistas” contra russos separatistas nessas regiões.
“Era preciso pôr fim imediatamente a esse pesadelo: um genocídio voltado contra milhões de pessoas que lá vivem e cuja única esperança está na Rússia, pessoas que só têm esperança em nós, ou seja, em mim e em vocês”.