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BRASÍLIA

Esquerda brigou para manter descontos que levaram a fraude no INSS, diz jornal

Descontos do INSS foram pretexto de disputas entre esquerda e direita no governo ado, como mostra reportagem de O Globo

Esquerda atuou para afrouxar controle sobre rees do INSS (Foto: Agência Brasil)
Esquerda atuou para afrouxar controle sobre rees do INSS (Foto: Agência Brasil)

Levantamento realizado pelo jornal O Globo mostra que deputados e senadores de esquerda trabalharam para derrubar trechos de medidas provisórias (MPs) e de decretos do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro que dificultavam os descontos em vencimentos que o INSS paga a aposentados e pensionistas. Esses descontos abriram caminho para um roubo de R$ 6,3 bilhões – descoberto pela Polícia Federal e Controladoria-Geral da União (CGU).

Os parlamentares de esquerda, segundo o Globo, não só lutaram para ampliar os prazos para cadastro de entidades associativas fazerem os descontos das aposentadorias como relaxar os controles.

Ao final, o Palácio do Planalto acatou na época um acordo costurado pelos líderes do Congresso e não vetou as emendas propostas pela oposição que tinham sido incluídas no texto – de acordo com fontes do antigo governo que participaram dessa discussão à época, para evitar que o Congresso derrubasse os vetos e o cadastro acabasse ficando sem fiscalização nenhuma. A reportagem é de Malu Gaspar.

Esquerda comemorou vitórias

Quando as emendas da oposição (hoje governo) foram aprovadas, o deputado Carlos Veras (PT-SP), irmão do ex-presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Aristides Veras, discursou no plenário e disse que o resultado era “fruto de vários dias de muito esforço, de muito trabalho, principalmente da Contag e de suas federações, do Partido dos Trabalhadores, dos partidos do campo, da Esquerda, a fim de construir uma emenda que pudesse, nesta MP 871/19, salvar os trabalhadores e as trabalhadoras”. E finalizou: “No que for possível salvar os trabalhadores, este partido lutará incansavelmente.”

De acordo com a apuração da Controladoria-Geral da União (CGU), a Contag é a entidade que mais recebe dinheiro dos descontos – R$ 426 milhões só em 2023. A confederação e seu presidente são alvos da investigação da PF que começou com a Operação Sem Desconto.

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