Vídeo mostra discussão entre procurador-geral da Câmara de Goiânia e assessores de vereador
Momento foi registrado por câmeras de videomonitoramento

Imagens de videomonitoramento obtidas pelo Mais Goiás mostram que o procurador-geral da Câmara Municipal de Goiânia, Kowalsky Ribeiro, desembarcou de seu carro com uma arma em punho, que, em seguida foi colocada na cintura, momentos antes de iniciar uma discussão com assessores do vereador Sargento Novandir (MDB). O vídeo, com 2 minutos e 23 segundos, registra os principais momentos da tensão que tomou conta do Legislativo goianiense na manhã da última segunda-feira (5).
A gravação revela que, Kowalsky, vestido com camisa vermelha, sai do veículo com um objeto nas mãos e o posiciona na cintura, gesto compatível com o manuseio de uma arma de fogo. A sequência segue com o procurador caminhando em direção a dois servidores ligados ao gabinete de Novandir, já em aparente tom de confronto.
Cerca de 1 minuto e 5 segundos depois, o procurador volta a gesticular com os dedos em riste, apontando para a própria cintura, mostrando que estaria armado. Apesar de a arma não estar mais visível nesse trecho, o gesto reforça a narrativa de que o objeto continuava em sua posse durante o embate verbal.
Os assessores, identificados como Eduardo Duarte Gomes (Dudu Paraguaio) e Divino Sérgio Dorneles (Serginho Paraguaio), permanecem no local e a discussão segue em tom acalorado até a dispersão parcial do grupo.
As imagens dão peso à denúncia feita por Novandir, que afirmou que seu chefe de gabinete foi ameaçado com uma arma pelo procurador. “Não é a primeira vez. Esse cidadão já foi exonerado por situação semelhante e não pode continuar na função”, disse. Vereadores de diferentes partidos aram a defender a exoneração imediata de Kowalsky, e o presidente da Câmara, Romário Policarpo (PRD), deve reunir os parlamentares nesta quarta-feira (7) para tratar do caso.
Por sua vez, Kowalsky Ribeiro nega ter ameaçado qualquer servidor e alega ter sido vítima de uma tentativa de intimidação. Em petição protocolada na Justiça, ele solicitou medida protetiva contra Novandir e os dois assessores, afirmando que sofre perseguição por sua atuação institucional, especialmente após encaminhar ao Ministério Público informações sobre uma ex-servidora ligada a uma entidade beneficiada com recursos de emenda parlamentar do vereador.
Na petição, Kowalsky afirma que seu porte de arma, autorizado pela Polícia Federal, foi solicitado justamente por conta de ameaças que teria sofrido. No entanto, a Resolução nº 03/2022 da própria Câmara proíbe o porte e a posse de armas de fogo dentro do Legislativo, exceto em situações específicas.
A norma prevê punições que vão de advertência até exoneração. A presidência da Câmara ainda não se manifestou oficialmente. A OAB-GO, que acompanhou o registro da ocorrência por meio de seu Sistema de Prerrogativas, informou que acompanha o caso, mas não comenta episódios específicos envolvendo seus inscritos.